A subida da temperatura do mar está a provocar a proliferação de alforrecas num processo chamado de gelificação dos oceanos. Este projeto quer conhecer o impacto que a multiplicação destes organismos está a ter no ecossistema com o objetivo de desenvolver estratégias para prevenir a proliferação de alforrecas na costa algarvia.
Alexandra Teodósio, professora na Universidade do Algarve (UAlg) e investigadora no Centro de Ciências do Mar (CCMAR), está a desenvolver o projeto Jelly Fisheries, um projeto que visa estudar este problema global da gelificação dos oceanos.
“O projeto Jelly Fisheries surgiu pela preocupação de uma série de investigadores portugueses sobre o aumento dos organismos gelatinosos, as vulgares alforrecas, na nossa costa. Aqui em especial no Algarve temos feito várias análises sobre a dieta destes organismos e uma das informações mais relevantes que obtivemos traduz-se numa dieta muito diversificada destas alforrecas”, explica.
Segundo a investigadora, o que estava descrito na literatura era que estes organismos alimentavam-se basicamente de pequenos crustáceos e das fases iniciais de desenvolvimento dos peixes. Contudo, este estudo identificou que as alforrecas têm uma dieta bem mais diversificada.
Estes organismos consomem detritos de plantas terrestres, pequenos organismos unicelulares, e até mesmo microplásticos, sendo capazes de os capturar e de os ingerir de forma frequente. É esta dieta diversificada que as permite crescer e multiplicar-se com tanta eficiência.
“Esta questão da sua dieta ser tão diversificada justifica também que elas consigam crescer tanto mesmo quando parece que no meio já não existiam as suas presas preferenciais e isso foi um dos trabalhos que mais impacto teve na investigação que fazemos aqui no Algarve”, conclui.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | UALG | CCMAR
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