bioquímica,
90 seg

Ep. 474 Paulo Gavaia – Peixe-zebra e osteoporose. Como pode este pequeno peixe ajudar-nos a tratar esta doença?

October 18, 2018

ep474_interiorEsta investigação está a usar o peixe-zebra como modelo para testar moléculas de interesse que possam ser usadas no desenvolvimento de novas terapias para a osteoporose.​


Paulo Gavaia, investigador do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR) e professor convidado do Departamento de Ciências Biomédicas e Medicina da Universidade do Algarve (UAlg), espera encontrar moléculas com potencial terapêutico que possam um dia chegar à indústria farmacêutica.

“Com o envelhecimento da população humana começa a haver uma franja da população que é afetada por osteoporose. Uma vez que os medicamentos atuais não podem ser utilizados por períodos muito prolongados existe efetivamente a necessidade de se descobrirem drogas que sejam capazes de não ter tantos efeitos secundários, que possam permitir um efeito mais prolongado da sua utilização, e que consigam diminuir também o custo do tratamento, e ajudar na prevenção deste tipo de doenças”, explica.

O peixe-zebra é um vertebrado que, como modelo de desenvolvimento, tem ossos que se podem comparar em grande parte àquilo que é o esqueleto humano. A equipa de Paulo Gavaia utiliza o peixe-zebra, não só para estudar o desenvolvimento do esqueleto, mas também para estudar as patologias que podem afetar o esqueleto em humanos.

“Utilizamos este peixe para desenvolver modelos, utilizando as larvas e os adultos de peixe-zebra, para podermos fazer os estudos em laboratório. O nosso objetivo final é conseguirmos descobrir moléculas que sejam interessantes para curar patologias ósseas humanas”, revela.

A investigação de Paulo Gavaia encontra-se numa fase de prospeção de moléculas com o objetivo de definir um conjunto de possíveis candidatos que possam entrar numa cadeia de desenvolvimento de novos fármacos.

“Queremos que estes possíveis candidatos entrem depois num pipeline de desenvolvimento, para passarem para modelos mais próximos do humano, como o modelo do ratinho e depois poderem ser testados em condições mais semelhantes às das patologias humanas”, acrescenta.

Paulo Gavaia espera que a sua investigação possa contribuir para a descoberta de moléculas de interesse que possam um dia ser usadas pela indústria farmacêutica para desenvolver medicamentos para tratar estas doenças.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | CCMAR

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