biotecnologia,
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Ep. 48 Bruno Sarmento – Aumentar a eficiência de fármacos através de sistemas de entrega de nanopartículas

January 26, 2017

ep048_interiorNanopartículas como sistemas de transporte para a administração de fármacos diretamente nas células estão a ser desenvolvidas com o objetivo de aumentar a eficácia dos fármacos e diminuir os seus custos.


Bruno Sarmento, investigador do i3S – Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto, está a desenvolver com o seu grupo de biomateriais sistemas de nanopartículas focados na administração de fármacos a nível celular, com aplicações que vão desde o tratamento de cancro, à administração de insulina em diabéticos.

“Estas nanopartículas são no fundo transportadores a uma escala muito pequena mas que mesmo assim conseguem albergar no seu interior uma elevada quantidade de fármaco e que têm a vantagem adicional de poderem ser trabalhados à superfície, podendo as dirigir para determinadas estruturas do nosso organismo onde efectivamente esses fármacos são necessários”, refere.

Estas nanopartículas possuem à sua superfície uma espécie de “antena” capaz de reconhecer a célula alvo do fármaco que transporta. “Estas antenas, ou podemos até dizer estas chaves à superfície, são introduzidas na corrente sanguínea, percorram livremente um dos vasos sanguíneos e quando encontram a célula alvo – que é uma célula que terá provavelmente uma fechadura para a chave que a nanopartícula possui – a partícula retém-se à superfície da célula, libertando o fármaco no local onde ele é efectivamente necessário, e não noutra célula que não tenha a fechadura ideal para a chave que a nossa partícula transporta”, conta.

Caso este reconhecimento não aconteça as partículas acabam por ser eliminadas do organismo através da urina, ou das fezes, sem por em causa a segurança do doente, e sem libertar desperdiçar o fármaco que nelas transportam.

Para Bruno Sarmento, esta técnica tem uma mais-valia muito significativa para o paciente, pelo facto de ser “um sistema muito seguro, muito eficaz, e preferencialmente mais barato”, pois é usada uma menor quantidade de fármaco para tratar a doença.

Saiba mais sobre o investigador em: LinkedIn | ResearchGate | Google Scholar | i3S

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