ciências do mar,
90 seg

Ep. 487 João Correia – Transportar animais marinhos vivos por longas distâncias e sem perdas? A Flying Sharks aceitou o desafio

November 06, 2018

ep487_interiorEstes “tubarões voadores” desenvolveram um sistema de transporte, cuidado e manutenção de animais marinhos vivos que permite transportá-los ao longo de grandes distâncias e durante vários dias com o mínimo de perdas.​


João Correia, professor e investigador na Escola Superior de Tecnologia do Mar (ESTM) do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), é fundador e gestor da Flying Sharks, uma empresa constituída em 2006, especializada em capturar, manter e transportar animais marinhos vivos para aquários públicos, como o Oceanário de Lisboa, no Mundo inteiro.

“Ao longo dos anos fomos ficando famosos pelo transporte de várias espécies de tubarões que são animais muito delicados e que temos transportado com muito sucesso. Mas somos também conhecidos pelo transporte de peixes de cardume, nomeadamente de cavalas e de carapaus, que também são delicadíssimos, e que temos transportado vastos milhares”, conta.

Para João Correia o segredo está nos pormenores e na sua própria obsessão de tentar manter o ambiente dos tanques onde estes animais são transportados o mais confortável possível. Animais de maior volume exigem um controlo das condições da água constante, e uma monitorização regular.

“Quanto maiores são os animais, maior é o volume de água que tem de ser utilizado o que torna as coisas operacionalmente bem mais difíceis e ao mesmo tempo há também toda uma tendência para a qualidade da água diminuir bastante porque quanto maior é o animal maior é o volume de excreções desse animal e a qualidade da água vai decair de uma forma muito brusca, nomeadamente o ph, e a amónia vai aumentar. A filtração tem que estar preparada para lidar com essas variações e para tentar manter a água o mais estável possível sem qualquer tipo de substância que possa danificar os animais”, explica.

Os peixes de cardume como as cavalas ou os carapaus são, normalmente, transportados aos milhares. Recentemente a Flying Sharks realizou o transporte de dois mil carapaus ao longo de onze dias, sem perder um único animal.

“Temos conseguido afinar a nossa receita ao ponto de o último transporte de carapaus, por exemplo, teve uma vertente marítima e outra terrestre no total de onze dias e transportámos cerca de dois mil animais sem perder um único nesses onze dias”, revela.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | MARE | IPL

Scroll to top