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Ep. 490 Ana Oliveira – Projeto usa bacteriófagos para combater doença que mata as abelhas

November 09, 2018

ep490_interiorA loque americana é uma doença de difícil deteção e que força a destruição de colmeias inteiras. Este projeto está a usar bacteriófagos, vírus que afetam apenas bactérias, para combater esta doença​


Ana Oliveira, investigadora do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho (UM), participa neste projeto com o objetivo de desenvolver soluções para detetar e controlar a loque americana.

Esta doença é um problema grave para a indústria apícola e para o ecossistema, pois devido à proibição do uso de antibióticos em colmeias, quando esta doença é detetada os apicultores são obrigados a queimar as colmeias doentes.

“A loque americana é muito difícil de detetar em estágios precoces porque só apresenta sinais clínicos quando as larvas começam a apodrecer, para além disso a análise do agente infecioso que causa a doença é muito morosa, demora entre seis e oito dias pelos métodos convencionais. Neste sentido então achamos que é importante desenvolver soluções para uma deteção rápida e para controlar esta infeção”, salienta.

Uma dessas soluções passa pelo uso de bacteriófagos, vírus que afetam especificamente bactérias, e que por isso são extremamente seguros para humanos, para animais, e para o ambiente.

Este projeto está a isolar bacteriófagos a partir do ambiente de colmeia, assim como das próprias abelhas, com o intuito de identificar aqueles que são mais eficazes contra a bactéria que causa a loque americana.

Ana Oliveira desenvolveu também um sistema de diagnóstico com base na identificação de uma proteína produzida por estes bacteriófagos. Este sistema permite reduzir o tempo de diagnóstico para apenas 24 horas, contudo, esta equipa pretende ainda aperfeiçoá-lo de modo a que seja possível identificar esta doença em menos tempo.

“Os bacteriófagos são capazes de combater infeções porque infetam e destroem a bactéria que está a causar a doença mas também podem ser usados para deteção de doenças porque têm no seu código proteínas específicas que só se ligam a um agente causador da doença. Neste âmbito estamos a tentar desenvolver um produto que seja eficaz para controlar a doença mas também um kit para a sua deteção em menos de 24 horas”, reforça.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CEB

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