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Ep. 502 Paula Moreira – Grupo testa a possibilidade de usar fármacos antidiabéticos para tratar a doença de Alzheimer

November 27, 2018

ep502_interiorCom fatores de risco em comum, a diabetes tipo 2 e a doença de Alzheimer apresentam também algumas semelhanças ao nível do metabolismo mitocondrial das células cerebrais. Este grupo de investigação quer usar essas semelhanças para testar a viabilidade de fármacos antidiabéticos no tratamento de Alzheimer. ​


Paula Moreira, investigadora no Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC) e professora auxiliar da Faculdade de Medicina (FMUC) da mesma universidade, espera encontrar nestes fármacos uma nova via de tratamento para a doença de Alzheimer.

“O nosso grupo de investigação foca-se essencialmente ao nível do metabolismo energético cerebral, nomeadamente no metabolismo mitocondrial, e também nas vias de sinalização da insulina, e temos como foco especialmente duas doenças, a diabetes tipo 2 e a doença de alzheimer”, refere.

Existem vários fatores de risco que são comuns à diabetes tipo 2 e à doença de Alzheimer. Ambas são doenças relacionadas com a idade e ambas registam um aumento de incidência e de prevalência ao longo do envelhecimento. A diabetes tipo 2 tem sido inclusive associada ao declínio cognitivo dos pacientes, aumentando assim o risco destes desenvolverem doenças neurodegenerativas como Alzheimer.

Nesta linha, a equipa de Paula Moreira está a testar modeladores mitocondriais e fármacos antidiabéticos, com o objetivo de avaliar os seus efeitos quer na diabetes tipo 2 quer na doença de alzheimer.

“Porquê testar antidiabéticos na doença de alzheimer? Porque estas duas doenças partilham várias alterações comuns e porque como estes fármacos já são conhecidos é uma forma de aplicar um fármaco que já foi bem estudado, e que já se sabe a sua farmacologia, a sua dose, a sua biodisponibilidade e a sua possível toxicidade”, explica.

Reaproveitar fármacos que já se encontram no mercado permite reduzir o tempo de espera entre os testes em laboratório e os ensaios clínicos com pacientes.

Paula Moreira está confiante que os fármacos antidiabéticos possam em breve apresentar-se como uma alternativa de tratamento para a doença de alzheimer.

Saiba mais sobre o investigadora em: Researchgate | Google Scholar | CNC

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