sociologia,
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Ep. 54 Vítor Ferreira – O que motiva os jovens a seguirem carreiras de sonho?

February 03, 2017

ep054_interiorO crescente prestígio de profissões como DJ, tatuador, modelo, chef de cozinha, assistente de bordo e jogador de futebol, tem motivado muitos jovens a procurarem por carreiras alternativas.​


O desemprego e a precariedade são alguns dos fatores que movem os jovens a seguirem empregos de sonho, em vez de carreiras tidas como mais estáveis. Vítor Ferreira, sociólogo no Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, coordena o projeto “Tornar novas profissões de sonho em realidade” com o objetivo de compreender as motivações que levam cada vez mais jovens a aderirem e a serem cativados para algumas profissões que não sendo propriamente novas, foram nos últimos objeto de um investimento em termos de prestígio social.

“Estamos a falar de jovens que começam por ser os DJs das festas dos amigos, ou que estão a jogar futebol na rua e obtêm algum reconhecimento por isso. O que começa por os motivar é de facto o gosto, o prazer que este tipo de actividades proporciona ao jovem, ao exercê-la, ao fazê-la, ao praticá-la.”

Para o sociólogo a primeira grande motivação que faz “apertar o gatilho” de pensar numa atividade como um potencial de emprego é o jovem tomar consciência de que pode ganhar dinheiro com ela, e fazer carreira nessa área.

Vítor Ferreira reconhece que os jovens valorizam muito a estabilidade, mas também a experiência. “ Esta contradição entre um valor mais ideal, ou seja, gostariam de ter estabilidade, mas não a tendo têm um sentido de confrontação: Não encontro nada estável então vou fazer o que gosto.”

Situações de desemprego e precariedade levaram inclusive alguns jovens a ver estas profissões como oportunidades de reconfiguração de carreira. “Encontrámos jovens que estavam em cursos de medicina e que a meio do curso desistiram para integrar a escola de hotelaria e turismo. Ou que estudavam arquitetura, ou design e integraram a escola de turismo.”

Vítor Ferreira conclui que os jovens encaram a realidade da precariedade e do emprego e decidem fazer o que gostam em vez de procurarem por uma opção mais segura.

Saiba mais sobre o investigador em: ResearchGate | ICS | Projecto "Novas profissões de sonho"

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