Este projeto está a olhar para o genoma de duas espécies de raposa com o objetivo de encontrar as alterações genéticas que permitiram que estes animais se adaptassem às condições extremas da vida no deserto do Sahara.
Para identificar as alterações genéticas responsáveis por esta adaptação, Raquel Godinho, investigadora do CIBIO-InBIO e coordenadora do projeto HOT FOXES, está a estudar o genoma da raposa-de-ruppell, uma espécie irmã da raposa comum, adaptada à vida no deserto.
“Nós escolhemos como espécie principal para este estudo a raposa-de-ruppell que tem a enorme vantagem de ter uma espécie irmã, que é raposa comum, da qual divergiu há pouco tempo em termos evolutivos, há cerca de um milhão de anos”, explica
Raquel Godinho crê que a raposa-de-ruppell e a raposa comum partilham no seu genoma informação muito semelhante, com exceção aos genes que permitiram à raposa-de-ruppell adaptar-se ao deserto.
Numa fase inicial, a equipa de investigação do projeto HOT FOXES recolheu material genético de três espécies de raposas adaptadas à vida no deserto do Sahara. Esta informação vai ser usada para comparar as três espécies com os dados genéticos obtidos da análise do genoma da raposa-de-ruppell e da raposa comum.
“Vamos também olhar para os genomas da raposa pálida que vive na zona do Sahel, a zona que fica entre o deserto do Sahara e o início da zona tropical africana, e vamos olhar para o genoma do feneco que é uma espécie de raposa que vive há vários milhares de anos no deserto e também completamente adaptada a esse tipo de ambientes”, revela.
A ideia é comparar os dados obtidos na análise do genoma da raposa-de-ruppell com o tipo de adaptações que sofreram o feneco e a raposa pálida para também poderem viver nestes ambientes hostis.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CIBIO InBIO
Foto Banner: Monia Nakamura
Foto Raquel Godinho: Nuno Ferrand