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Ep. 57 Sara Magalhães – Estudar a competição entre espécies para descobrir os segredos da evolução

February 08, 2017

ep057_interiorA competição entre duas espécies por recursos como alimento e habitat influencia a forma como ambas evoluem.​


Sara Magalhães, investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas (CE3C) e professora na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), recebeu uma bolsa Consolidator Grant do European Research Council (ERC) para estudar os mecanismos por trás da forma como a competição por recursos influencia a evolução de uma espécie.

O projeto de Sara Magalhães tem como objetivo perceber como a competição afeta a evolução das espécies e como é que evoluir em conjunto afeta a evolução da competição.  

Para estudar esta interação recíproca entre a evolução e a competição, a investigadora recorre a uma metodologia chamada evolução experimental: “De forma simplificada colocamos organismos num certo ambiente controlado por nós. Vou fazer esta investigação num sistema composto por dois ácaros e uma planta que é o tomate.”

Neste sistema as duas espécies de ácaro-aranha, Tetranychus urticae e Tetranychus ludeni, competem pelo recurso de tomate, contudo uma das espécies tem uma característica que lhe permite silenciar as defesas da planta. “Nesta situação, a planta torna-se melhor após o ataque deste herbívoro ao contrário do que costuma acontecer quando os herbívoros atacam as plantas. Isto faz com que esse recurso seja melhor para a espécie que silencia as defesas, mas também para a sua espécie competidora”, conta.

Como este sistema evolui é a principal questão do projeto de Sara Magalhães. Para tal a investigadora tem a ajuda de uma planta mutante cujas defesas não podem ser silenciadas pelos ácaros, criando assim as condições para a realização de um grupo de controlo, comparativo com o sistema natural.

“Isto é importante não só para o meu sistema dos dois ácaros em competição para a planta do tomate, como também podemos isto para a maior parte dos sistemas onde há competição e onde pode ou não haver construção de um nicho ecológico de relação entre duas espécies e a sua fonte de alimento”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | FCUL

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