Batizada com o nome de um dos heróis portugueses do Euro 2016, a galáxia CR7 é, tal como Cristiano Ronaldo, um dos objetos mais brilhantes do céu do Universo primitivo.
David Sobral, astrónomo na Universidade de Lancaster no Reino Unido, usa os maiores telescópios do Mundo como máquinas do tempo para observar o passado do Universo e descobrir os segredos das primeiras galáxias.
“Podemos olhar para trás milhares e milhões de anos e ver exatamente como é que aquelas galáxias eram e isso permite-nos fazer várias fatias do tempo e perceber o que está a mudar. A galáxia CR7 foi descoberta ao fazer um dos maiores levantamentos do céu e tentar procurar por fontes brilhantes, raras, no princípio do Universo”, conta.
Com recurso ao Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) no Chile, a equipa de David Sobral foi capaz de observar conjuntos de estrelas muito maciças (também conhecidas por estrelas de População III) que não só eram responsáveis pelo intenso brilho emitido por esta galáxia, como também eram as criadoras dos primeiros elementos químicos pesados na história — elementos esses que tornaram possível a formação de estrelas como o Sol, os planetas que o orbitam e a vida tal como a conhecemos. Ou seja, a equipa estava perante a primeira geração de estrelas.
“Neste momento estou a tentar encontrar mais galáxias semelhantes à CR7, a tentar puxar estes levantamentos para uma era quando o Universo era ainda mais jovem com telescópios no Chile, como o VLT e o ALMA, e também perceber pela primeira vez um pouco mais da física”, afirma.
David Sobral está empenhado em descobrir o que se passa no interior destas galáxias pois, “mesmo estando a 13 mil milhões de anos-luz, elas são tão brilhantes e temos hoje telescópios e instrumentos capazes de começar a utilizar as técnicas mais avançadas para perceber o que é que se passa lá dentro.”
Saiba mais sobre o investigador em: LinkedIn | Researchgate | Lancaster U.
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