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Ep. 67 Carla Lourenço – Zonas de Afloramento Costeiro como refúgio contra as alterações climáticas

February 22, 2017

ep067_interiorAs alterações climáticas estão a pôr em causa a sobrevivência de muitas espécies e zonas marinhas, como as florestas de algas que povoam a costa da Península Ibérica. As zonas de afloramento costeiro podem revelar-se como refúgios para estes seres vivos.​


Carla Lourenço, estudante de doutoramento no Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e na Universidade de Rhodes na África do Sul, está a procurar perceber de que forma estas zonas podem beneficiar os organismos marinhos.

O afloramento costeiro ocorre quando as águas superficiais do oceano são empurradas para longe da costa e substituídas pelas águas de maiores profundidades que são mais frias e mais ricas em nutrientes.

A Península Ibérica e o Norte de África são regiões onde, segundo Carla Lourenço, é possível encontrar várias zonas de afloramento costeiro, separadas por zonas que são permanentemente quentes.

“Nestas zonas observámos que uma importante alga castanha desapareceu das zonas mais quentes e que persiste, ou que se refugia nas zonas de afloramento onde as águas são mais frias”, conta.

Estas zonas mais frias podem assim servir de refúgio para esta espécie de algas castanhas que, visto se tratar de uma espécie estruturante de ambientes ricos em biodiversidade como são as florestas marinhas, pode também proporcionar uma zona de conforto ecológico para outras espécies que nelas vivam, ou que delas se alimentam.

“Como esta espécie está direta ou indiretamente associada a outras espécies este potencial de refúgio pode não se ficar por aqui. O nosso próximo passo é perceber se é um caso único ou se realmente os afloramentos costeiros servem de refúgio a vários organismos marinhos”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CCMAR

 

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