bioquímica,
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Ep. 69 Paulo Pereira – Compreender a perda de visão olhando para como as células comunicam

February 24, 2017

ep069_interiorAtravés do modelo de células do epitélio pigmentado da retina, estão a ser estudados dois processos de comunicação entre células: através de contactos diretos, e por meio de proteínas libertadas por vesículas celulares conhecidas como exossomas.​


Além destes mecanismos de comunicação celular, Paulo Pereira, investigador no Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC) da Universidade Nova de Lisboa, está também a estudar a perda de visão através da degeneração dos fotorreceptores das células da retina.

“Estudamos um processo em que as células comunicam através de contactos diretos e através das suas membranas celulares. Comunicam através de poros e esses poros são canais que se chamam gap junctions e a alteração da comunicação entre as células por estes canais pode ter um efeito muito lesivo em alguns órgãos e sistemas”, conta.

Segundo o investigador, o coração é um exemplo deste modelo, onde as células têm que comunicar de forma sincronizada para assegurar as funções deste órgão.

Ao estudar os mecanismos através dos quais é regulada a abundância das proteínas que são libertadas por estes canais, é importante para perceber como a sua degradação condiciona também a comunicação entre as células.

Outro mecanismo que o grupo de Paulo Pereira está a estudar, é um modelo que permite às células comunicar à distância. “Esse mecanismo tem a ver com a libertação de proteínas e é efetuado por pequenas vesículas que se chamam exossomas. Estamos também a tentar perceber de que maneira é que essas vesículas, esses exossomas empacotam informação específica, incluindo proteínas que são seletivamente transportadas para dentro dessas vesículas e que depois permitem que as células que as vão receber respondam adequadamente a essa informação que é recebida”, descreve.

Com o envelhecimento, as células perdem a capacidade de eliminar adequadamente proteínas lesivas para a célula. Compreender estes mecanismos vai permitir descobrir que tecidos são afetados e desenvolver terapias para doenças como a degeneração macular da retina.

Saiba mais sobre o investigador em: CEDOC

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