Através do modelo de células do epitélio pigmentado da retina, estão a ser estudados dois processos de comunicação entre células: através de contactos diretos, e por meio de proteínas libertadas por vesículas celulares conhecidas como exossomas.
Além destes mecanismos de comunicação celular, Paulo Pereira, investigador no Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC) da Universidade Nova de Lisboa, está também a estudar a perda de visão através da degeneração dos fotorreceptores das células da retina.
“Estudamos um processo em que as células comunicam através de contactos diretos e através das suas membranas celulares. Comunicam através de poros e esses poros são canais que se chamam gap junctions e a alteração da comunicação entre as células por estes canais pode ter um efeito muito lesivo em alguns órgãos e sistemas”, conta.
Segundo o investigador, o coração é um exemplo deste modelo, onde as células têm que comunicar de forma sincronizada para assegurar as funções deste órgão.
Ao estudar os mecanismos através dos quais é regulada a abundância das proteínas que são libertadas por estes canais, é importante para perceber como a sua degradação condiciona também a comunicação entre as células.
Outro mecanismo que o grupo de Paulo Pereira está a estudar, é um modelo que permite às células comunicar à distância. “Esse mecanismo tem a ver com a libertação de proteínas e é efetuado por pequenas vesículas que se chamam exossomas. Estamos também a tentar perceber de que maneira é que essas vesículas, esses exossomas empacotam informação específica, incluindo proteínas que são seletivamente transportadas para dentro dessas vesículas e que depois permitem que as células que as vão receber respondam adequadamente a essa informação que é recebida”, descreve.
Com o envelhecimento, as células perdem a capacidade de eliminar adequadamente proteínas lesivas para a célula. Compreender estes mecanismos vai permitir descobrir que tecidos são afetados e desenvolver terapias para doenças como a degeneração macular da retina.
Saiba mais sobre o investigador em: CEDOC