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Ep. 77 Maria Paula Macedo – Conhecer as origens da diabetes para ajudar a desenvolver terapias mais eficazes

March 08, 2017

ep077_interiorOlhar para o “Big Bang” da pré-diabetes e descobrir os processos que levam uma pessoa saudável a ter a doença pode ajudar no desenvolvimento de novas terapias de prevenção e combate à diabetes.​


Maria Paula Macedo, investigadora no CEDOC – Centro de Estudos de Doenças Crónicas e na NOVA Medical School (NMS), concentra o seu estudo na descoberta dos mecanismos por trás da origem da diabetes, com foco no papel das alterações de nutrição e na forma como estas influenciam o microbioma e o sistema hepático.

“Uma das vertentes do laboratório está associada à origem da pré-diabetes, o que é que torna um indivíduo com uma glicémia normal a passar a ter hiperglicemia. Estamos interessados em perceber qual é a origem das coisas e neste contexto estudamos as alterações que decorrem a nível hepático”, conta.

Para a investigadora, as alterações da nutrição têm um papel muito importante no desenvolvimento da pré-diabetes. Estas alterações afetam a microbiota, as bactérias e organismos microbióticos que habitam o nosso sistema digestivo, mas também afetam a permeabilidade intestinal que pode levar a alterações a nível hepático: “Estas alterações vão afetar a disponibilidade de insulina periférica que pode atuar na periferia para promover a captação de glucose do sangue para as células e é isso que vai fazer com que essa glucose seja utilizada pelas células e forneça energia.” Quando este sistema não funciona de forma correta, o organismo corre o risco de desenvolver diabetes.

Segundo Maria Paula Macedo, o próximo passo do seu estudo passa por perceber o que está na origem da pré-diabetes, indo ainda mais longe até ao “Big Bang” da própria diabetes: “Se conseguir deslindar a origem da pré-diabetes consigo ser muito mais eficiente em termos de abordagens terapêuticas.”

“O ideal será perceber logo na origem que grupos de pacientes é que existem, e distinguir os que vão evoluir para alterações cardíacas, ou vasculares, que serão diferentes dos outros que vão desenvolver o pé diabético. Acho que descobrir isso será um grande avanço na medicina”, conclui.

Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedinResearchgate | CEDOC

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