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Ep. 83 Ana Grenha – Goma de Alfarroba com aplicações no combate à tuberculose

March 16, 2017

ep083_interiorTambém conhecida como fava-rica, a goma de alfarroba pode ser usada para desenvolver terapêuticas alternativas contra a tuberculose com base na administração de fármacos por via inalatória. 


Ana Grenha, investigadora no Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) e no Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg), tem como objetivo não apenas desenvolver um método não invasivo de administração de fármacos, mas também ambiciona usar as propriedades da goma de alfarroba para aumentar a eficácia dos mesmos.

A goma de alfarroba, como o nome indica, é extraída da alfarroba, que é um produto local, e icónico do Algarve. Para Ana Grenha, dentro dos polímeros estudados pelo seu laboratório, a goma de alfarroba é aquele que tem “dado mais frutos”.

A investigadora está a desenvolver um projeto na área da tuberculose com o objetivo de criar novas terapias com base na administração de fármacos através da inalação.

“A tuberculose é uma doença do foro respiratório, transmitida por via inalatória e a bactéria que causa a tuberculoso aloja-se no pulmão, nomeadamente na zona alveolar dentro de umas células específicas que se chamam macrófagos. O nosso objetivo com este projeto foi desenvolver uma terapêutica que fosse administrada por via inalatória e que de alguma forma tivesse um direcionamento o mais específico possível para essas células que alojam as bactérias numa tentativa de localizar dentro da mesma célula o agente patogénico e o agente terapêutico”, explica.

A goma de alfarroba tem uma propriedade que permite direcionar o fármaco de forma privilegiada pois tem na sua constituição unidades de galactose e da manose, açúcares que são reconhecidos especificamente por uns receptores que existem à superfície dos macrófagos.

Com base nisto, Ana Grenha afirma que é possível haver uma captura por parte dos macrófagos das micropartículas de goma de alfarroba que contêm o fármaco, aumentando assim a eficiência dos fármacos que passam a agir diretamente nas células afetadas pela bactéria responsável pela tuberculose.

Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedinResearchgate | CCMAR

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