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Ep. 95 Joana Tavares – Atacar o parasita da Malária na pele pode tornar as vacinas mais eficientes

April 03, 2017

ep095_interiorTravar o parasita da Malária na pele antes de este chegar à corrente sanguínea pode ser a solução para o desenvolvimento de uma vacina mais eficaz contra esta doença.​


Joana Tavares, investigadora do i3S – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (UP), usa técnicas de imagem em tempo-real para documentar a viagem do parasita responsável pela Malária da pele até à corrente sanguínea.

A malária é uma doença infeciosa provocada por parasitas da espécie Plasmodium, transmitidos através de picadas de mosquito. Segundo a investigadora, em tempos julgava-se que estes parasitas eram inoculados diretamente na corrente sanguínea, contudo através do recurso a técnicas de imagem em tempo-real, foi possível perceber que estes eram afinal inoculados primeiramente na pele, e que é a partir daí que tentam ativamente invadir os vasos sanguíneos, com o objetivo de se alojarem no fígado.

“Estamos muito interessados na utilização de técnicas de imagem em tempo-real onde conseguimos perceber o que é que o parasita faz desde que vai da pele até chegar ao fígado. Isto é extremamente importante porquê? Porque, por exemplo, os anticorpos produzidos no contexto da vacina que está, neste momento, mais avançada contra a Malária, são eficientes quando o parasita está na pele, mas se os parasitas forem injectados directamente no sangue os anticorpos produzidos por esta vacina já não são tão eficientes para protegerem contra a infeção”, explica.

Algumas das aplicações desta investigação podem passar pelo desenvolvimento de barreiras tópicas de prevenção contra a Malária, assim como pelo aumento da eficiência das vacinas, ao dirigir a sua ação para o primeiro momento de infeção do parasita na pele.

O grupo de Joana Tavares está interessado em melhorar a qualidade dos anticorpos e em encontrar novas moléculas que possam ser bloqueadas por estes anticorpos, permitindo então melhorar a vacina que atualmente existe.

Saiba mais sobre a investigadora em: i3S

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