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Ep. 971 Maria do Rosário Félix – Investigação desenvolve “vacina” para proteger oliveiras de Xylella fastidiosa

November 30, 2020

ep971_interiorEste grupo de investigação está a usar técnicas de genética biomolecular para inocular as plantas contra a Xylella fastidiosa, a bactéria responsável por uma doença de quarentena responsável pela destruição de milhares de hectares de olival todos os anos.


Maria do Rosário Félix, docente no Departamento de Fitotecnia da Universidade de Évora () e investigadora no Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED), está a reprogramar vírus de plantas para combater a Xylella fastidiosa.

O Laboratório de Biologia Vegetal da Universidade de Évora trabalha com doenças e pragas associadas a culturas mediterrâneas. Uma dessas doenças é a causada pela Xylella fastidiosa, uma bactéria transmitida por um inseto vetor, que ataca sobretudo oliveiras, mas também amendoeiras e laranjeiras, culturas economica e culturalmente relevantes no contexto do Alentejo e do Mediterrâneo.

Este laboratório tem já uma vasta experiência no estudo de vírus de plantas. Segundo Maria do Rosário Félix, devido ao seu tamanho e à sua constituição genética, estes vírus são ótimos vetores para proteger as plantas contra doenças.

A partir daí surgiu a ideia de um usar um desses vírus para inocular as plantas de oliveira contra a Xylella fastidiosa.

“No laboratório fizemos algumas mutações para que o vírus perdesse a sua agressividade de forma a podermos utilizá-lo. Depois, introduzimos em uma das extremidades do seu genoma, um peptídeo antimicrobiano, neste caso com efeito antibiótico, para proteger as plantas de Xylella fastidiosa”, explica.

Ao inocular uma planta com este vírus modificado ele vai replicar-se no interior das células da planta. Através deste processo de replicação as células das plantas vão também produzir o peptídio antimicrobiano.

Se esta planta for infetada pela bactéria, o efeito antibiótico do peptídeo vai impedir que a mesma infete a planta, funcionando assim como uma espécie de “vacina” que ensina o sistema imunitário da planta a proteger-se contra a infeção por Xylella fastidiosa.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Google Scholar |

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