Com recurso a técnicas de criopreservação, este estudo quer salvar três espécies de plantas ameaçadas nativas às regiões do Algarve e do Baixo Alentejo.
Anabela Romano, professora na Universidade do Algarve (UAlg) e investigadora no Centro de Investigação em Recursos Biológicos e Alimentos Mediterrânicos (MeditBio), está a desenvolver um projeto que visa a conservação de plantas raras, plantas em risco de extinção, recorrendo a técnicas biotecnológicas de criopreservação.
“Dentro deste projeto temos vindo a desenvolver diversos ensaios que visam a criopreservação de diversas espécies em risco de extinção nomeadamente e por exemplo o Thymus lotocephalus (tomilho-cabeçudo), a Tuberaria major (Alcar-do-Algarve), e o Plantago almogravensis”, revela.
São espécies em risco com uma distribuição bastante restrita e com um número de indivíduos reduzido. Segundo Anabela Romano, existem poucas populações de Plantago almogravensis, pois a espécie tem uma área de distribuição reduzida a dois locais na costa alentejana e com muito poucos indivíduos.
“São espécies que carecem de facto de conservação recorrendo a técnicas alternativas uma vez que a conservação de sementes não será uma metodologia adequada para plantas em risco como neste caso”, reforça.
A criopreservação é uma metodologia que permite conservar células ou tecidos à temperatura do azoto líquido a menos -196°C. A essa temperatura o metabolismo celular cessa e as estruturas ficam conservadas sem alterações genéticas.
“Portanto, com a criopreservação, as sementes podem ser conservadas por tempo indeterminado com reduzida manutenção e num espaço bastante reduzido. É uma metodologia bastante interessante para a conservação de plantas em risco”, conclui.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | UAlg