Este projeto está a estudar o impacto das alterações climáticas na pesca do cerco, mais concretamente, nas populações de sardinha.
Susana Garrido, investigadora da Divisão de Modelação e Gestão de Recursos Marinhos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), coordena o estudo de habitat e ciclo de vida no projeto Sardinha 2020, um projeto financiado pelo programa MAR2020 que tem como objetivo melhorar a gestão da pesca do cerco.
“Coordeno a parte do habitat e ciclo de vida, portanto estudos que consigam compreender a relação entre a mortalidade, o crescimento de taxas vitais da sardinha e de outros peixes pelágicos, como o carapau ou a cavala, com a influência dos fatores ambientais”, conta.
Este estudo está também a olhar para a dinâmica das pescas com o objetivo de gerir a pesca do cerco de forma integrada tendo em consideração todas as espécies e não apenas a avaliação da sardinha.
Ao longo dos últimos anos a disponibilidade de recrutamento de sardinha para pesca tem reduzido de forma graduada. Alguns resultados preliminares deste estudo indicam que esta redução se deve ao aumento da temperatura da água do mar nas principais zonas de desova e desenvolvimento das crias de sardinha, aliada a uma maior predação dos ovos de sardinha por cavalas e sardinhas adultas.
Com início em 2018, este projeto está agora a desenvolver estudos para determinar qual o impacto da mortalidade dos ovos de sardinha no recrutamento desta espécie.
“Estamos essencialmente e estudar em várias épocas do ano quais são as espécies de peixes pelágicos que competem uns com os outros e que predam ovos de sardinha. Queremos tentar quantificar quanto é que essa mortalidade pode ser importante para a força do recrutamento”, reforça.
Susana Garrido espera no final de 2019 já ter resultados que permitam integrar a informação recolhida na construção de um modelo capaz de melhorar a gestão da pesca do cerco como um todo, sem olhar apenas para a sardinha.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | IPMA
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