Este projeto vai estudar cinco núcleos de pintura mural de Almada Negreiros na cidade de Lisboa.
Milene Gil, investigadora no Laboratório HERCULES da Universidade de Évora (UÉ), pretende identificar e caracterizar as técnicas pictóricas e os materiais usados por Almada Negreiros na sua pintura mural.
Almada Negreiros foi uma figura chave do modernismo e da vanguarda na primeira metade do século XX. Produziu obras de arte em diversos tipos de material, sendo um dos quais a pintura mural.
A vasta obra mural de Almada Negreiros inclui cinco núcleos de pintura realizados na cidade de Lisboa entre 1938 e 1956. Entre os mais conhecidos encontram-se os cinco painéis da antiga sede do Diário de Notícias (1939-40), os oito painéis monumentais da sala de espera da Gare Marítima de Alcântara (1943-45) e outros seis análogos na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos (1946-49).
Este projeto pretende estudar estas obras não só ao nível da técnica e dos materiais utilizados, mas também no sentido de conhecer o impacto das inovações aplicadas por Almada Negreiros, no estado de conservação atual das obras, para sua salvaguarda e manutenção futura.
Para além dos núcleos de pintura mural já referidos, vão também ser estudado o primeiro núcleo de pintura mural pintado pelo autor na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, na Avenida de Berna.
“Este núcleo é completamente abafado pelos vitrais fabulosos que ele fez nessa igreja, mas foi aí que ele fez as primeiras experiências de pintura mural. Isto é muito interessante porque vai permitir ter um conhecimento aprofundado sobre esta faceta desconhecida deste artista”, explica.
Neste projeto vai ser estudada a história de arte e das técnicas de produção artística de Almada Negreiros através da recolha e avaliação de documentação e da sua integração com os resultados obtidos dos exames de superfície e caracterização do material.
Os exames de superfície das pinturas murais serão feitos com recurso a técnicas convencionais e avançadas de imagem no visível, visível-rasante e no invisível (ultravioleta e infravermelho), e a caracterização do material será feita conjugando técnicas de análise não invasivas no local, com técnicas de microanálise, e técnicas analíticas laboratoriais.
Este projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
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