Este estudo avaliou o estado do microbiota intestinal em 115 pacientes com COVID-19. Os resultados demonstraram que os indivíduos que apresentavam uma menor diversidade do seu microbiota tinham maior susceptibilidade para um quadro mais severo da doença.
Conceição Calhau, professora na Nova Medical School (NMS) e investigadora no CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, avaliou o estado do microbiota intestinal em pacientes com COVID-19 com o objetivo de perceber se uma menor diversidade do microbiota teria influência no desenvolvimento da doença.
O microbiota intestinal é o ecossistema de bactérias e microrganismos benignos que habitam no nosso tracto intestinal e que contribuem para a regulação do processo digestivo.
“O microbiota intestinal é um um hot topic da ciência, quer na comunidade científica, quer na comunidade médica, e nos últimos 15 anos tem demonstrado um papel importante na origem da doença”, explica.
Quando surgiram as primeiras notícias a colocar os indivíduos com obesidade, hipertensão e diabetes nos principais grupos de risco para a COVID-19, o grupo de Conceição Calhau decidiu investigar se poderia, ou não, haver uma associação entre a diversidade do microbiota intestinal e uma maior vulnerabilidade para o desenvolvimento desta doença.
“Montámos então um ensaio clínico de uma observação em doentes com COVID-19 para avaliar o seu microbiota intestinal no momento do diagnóstico da infecção em três ambientes diferentes: em ambiente ambulatório, em enfermaria e em cuidados intensivos, para podermos comparar a saúde do seu microbiota nestes três estádios”, conta.
Este projeto envolveu cerca de 115 doentes e, segundo Conceição Calhau, foi possível observar de forma clara diferenças entre estes três grupos de doentes.
“Estas diferenças ocorreram por exemplo ao nível da diversidade do seu microbiota. Ou seja, quanto menos diverso for o microbiota, maior a susceptibilidade dos indivíduos para um quadro mais severo da doença”, revela.
Para Conceição Calhau estes resultados vieram reforçar a necessidade de manter o microbiota intestinal no seu estádio mais saudável para garantir uma maior proteção do nosso organismo contra o desenvolvimento de doenças.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | CINTESIS | NMS
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