Estas notícias falsas serão usadas para aprimorar os modelos de deteção de desinformação.
Álvaro Figueira, professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e investigador no INESC TEC, está a desenvolver um sistema capaz de criar notícias falsas sintéticas. Estas notícias serão depois usadas para treinar modelos de inteligência artificial que sejam capazes de melhor detetar desinformação.
“Em 2021 deixei de tentar identificar notícias falsas para tentar identificar desinformação. A diferença entre ambas, apesar de parecer subtil, é muito significativa. Com a desinformação existe a intenção de desinformar, ou seja, de dizer algo que não corresponde totalmente à verdade, enquanto uma notícia falsa pode ser simplesmente um engano de alguém”, conta.
Nesse sentido, a equipa de Álvaro Figueira está a desenvolver um sistema capaz de criar desinformação de forma sintética.
Isto irá permitir equilibrar a balança entre as notícias falsas e a desinformação, para conseguir melhor treinar modelos capazes de distinguir uma notícia verdadeira de uma notifica falsa.
Segundo o investigador, o seu grupo não está a criar notícias falsas mas sim a criar um modelo subjacente a essas notícias.
Estão a ser desenvolvidas várias técnicas que identificaram uma série de elementos comuns à publicação de desinformação. Estas técnicas foram testadas durante um período de 18 meses e mostraram-se capazes de acompanhar as tendências de evolução de desinformação ao longo deste período.
“Conseguimos ter resultados que se mantêm mais ou menos iguais ao longo de um período de 18 meses, o que é bastante interessante quando falamos de notícias”, reforça.
Isto significa que estes modelos serão capazes de estar um passo à frente da desinformação, e que num futuro próximo, será possível usar estas técnicas para treinar modelos de inteligência artificial a melhor identificar notícias falsas.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | FCUP | INESC TEC
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