O objetivo deste estudo é compreender como os espaços verdes respondem aos desafios socioambientais da cidade.
Diogo Guedes Vidal, investigador no Centro de Ecologia Funcional (CFE) da Universidade de Coimbra (UC), está a estudar como os espaços verdes da cidade do Porto são usados pela população local, e como o seu uso, ou a falta dele, promove fenómenos de injustiça ambiental na cidade.
“Com este estudo quero perceber quais são os usos que os seus utilizadores fazem nesse espaço, tentar identificar padrões de comportamento humano, e sobretudo verificar se existem fenómenos de injustiça ambiental na cidade”, reforça.
Ou seja, Diogo Guedes Vidal pretende avaliar se as desigualdades estruturais que atravessam a cidade do Porto também são replicadas pelos jardins e pelos espaços verdes da cidade.
Os resultados de facto demonstram que as desigualdades estruturais estão pulverizadas também nos jardins e que as zonas da cidade com maior privação socioeconómica e ambiental correspondem também a jardins que os utilizadores avaliam como não satisfazendo as suas necessidades.
Foi possível também perceber que os espaços verdes que mais precisam de manutenção, de limpeza, e de maior diversidade dos seus elementos naturais, são aqueles que apresentam um nível mais baixo de frequência dos seus utilizadores quando comparados com espaços verdes localizados em zonas da cidade com menor privação socioeconómica e ambiental.
Segundo o investigador, estes resultados demonstram como as desigualdades socioeconómicas da cidade são refletidas na forma como os espaços verdes são mais ou menos cuidados, demonstrando assim que a injustiça ambiental está também associada à desigualdade socioeconómica e estrutural da cidade do Porto.
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