Este projeto usa técnicas de antropologia virtual para analisar as diferenças entre os crânios de diferentes hominídeos.
Ricardo Miguel Godinho, investigador no Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICAREHB) na Universidade do Algarve (UAlg), participa no projeto ParaFunction com o objetivo de estudar como as diferenças na função mastigatória influenciaram a evolução dos neandertais e dos humanos modernos.
Mais concretamente, este projeto pretende analisar a importância da função mastigatória para explicar as diferenças morfológicas que encontramos em diferentes espécies humanas, inclusivamente entre os neandertais e os humanos anatomicamente modernos, os Homo sapiens.
Uma das hipóteses que explica essas diferenças morfológicas que encontramos entre os neandertas e a nossa espécie, é que os neandertais estavam adaptados a dietas que eram mecanicamente muito exigentes, e utilizavam o seu aparelho mastigatório como uma espécie de ferramenta para prender e processar materiais como peles de animais.
Por outro lado, de acordo com essa mesma hipótese, os crânios da nossa espécie são menos robustos e mais gráceis porque nós estamos adaptados ao consumo de alimentos que são mecanicamente menos exigentes.
O que este projeto pretende fazer é testar esta hipótese, e verificar se é de facto a mecânica que explica as diferenças morfológicas que encontramos entre diferentes espécies humanas, inclusivamente entre os neandertais e os humanos anatomicamente modernos.
“Queremos perceber se estas diferenças morfológicas são efetivamente explicadas por fatores mecânicos ou não”, reforça.
Para isso, estão a ser usadas técnicas de antropologia virtual que utilizam um conjunto de ferramentas digitais para analisar a forma dos crânios, a sua função mastigatória e paramastigatória, e a relação que existe entre ambas.
O projeto ParaFunction – Are Neanderthals adapted to heavy masticatory and paramasticatory function? é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UAlg