Este estudo avaliou o desempenho financeiro e ambiental de agricultores da região da Beira Interior.
Cláudia Dias, professora na Universidade da Beira Interior (UBI) e coordenadora do Grupo de Investigação, Empreendedorismo, Competitividade e Inovação no NECE – Núcleo de Estudos em Ciências Empresariais, está a estudar como os recursos e as capacidades dos empreendedores agrícolas influenciam o desempenho financeiro e ambiental das suas explorações.
Apesar da dimensão do país, Portugal encontra-se atualmente no top 10 europeu no que diz respeito à produção de fruta fresca, tendo a Beira Interior um contributo fundamental para esta estatística devido à produção local de frutos como as cerejas e os pêssegos.
Neste estudo foi possível concluir que apesar dos elevados impactos ambientais da agricultura, mesmo as pequenas explorações agrícolas conseguem ter vantagens competitivas no que se refere à adoção de estratégias ambientais.
Por outro lado, é ainda preciso investir muito nas capacidades de marketing dos agricultores, pois como estes estão muitas vezes organizados em associações e cooperativas, não sentem a necessidade de desenvolver esse tipo de capacidades.
Contudo, isto faz com que os pequenos produtores tenham menor poder negocial na relação com a grande distribuição que é quem muitas vezes define os preços a serem aplicados.
Para contornar isso, é importante que os pequenos produtores desenvolvam estratégias de venda direta dos seus produtos, seja através da diferenciação dos mesmos, como da realização de eventos turísticos como a apanha da cereja, ou visitas às suas quintas.
Cláudia Dias destaca também as novas dinâmicas que estão a acontecer na região graças à chegada de novos empreendedores agrícolas.
Nesta região a maioria das explorações agrícolas são passadas de pai para filho, de geração em geração, mas nos últimos anos têm chegado à Beira Interior novos empreendedores agrícolas mais jovens e sem qualquer ligação prévia ao setor.
Estes empreendedores trazem consigo experiência prévia em outros setores que acabam por beneficiar as suas explorações.
“É interessante ver a articulação e a convivência entre um e o outro tipo de agricultores”, remata.
Saiba mais sobre a investigadora em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | UBI