O agrivoltaico permite conjugar no mesmo local a produção de energia solar com atividades agrícolas.
João Serra, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e investigador no Instituto Dom Luiz (IDL), está a estudar soluções agrivoltaicas que permitam realizar atividades agrícolas e pecuárias em terrenos ocupados por centrais fotovoltaicas.
Tal como aconteceu com o início da produção de biocombustíveis, a instalação de centrais fotovoltaicas em terrenos que anteriormente eram usados para produção agrícola e pastorício está a gerar um conflito sobre o uso do solo para outro fim que não a produção de alimentos.
“Os sistemas fotovoltaicos tiveram tanto sucesso que se expandiram fortemente, não só nos edifícios, mas também em centrais fotovoltaicas que necessitam de grandes áreas de terreno, o que leva a que surja esta competição com os solos e a produção agrícola”, conta.
O agrivoltaico apresenta-se assim como uma solução para resolver este problema, propondo uma dupla utilização do solo tanto para a produção agrícola como para a produção de energia.
A equipa de João Serra está nesse sentido a estudar dois modelos de integração de sistemas agrivoltaicos com base em painéis solares monofaciais e bifaciais.
Como o nome indica, os painéis solares monofaciais apenas produzem energia numa única face, enquanto os bifaciais conseguem produzir energia em ambas, aproveitando, por exemplo, o reflexo da luz solar no solo e nas plantas.
Em particular está a ser estudada a forma como a radiação solar é coletada pelos módulos fotovoltaicos e como esta varia ao longo do ano e à medida que as plantas vão crescendo.
No caso dos painéis fotovoltaicos bifaciais estão também a ser estudadas as condições de refletividade do solo.
O objetivo desta investigação é fornecer dados que ajudem as entidades interessadas a definir qual o sistema agrivoltaico que melhor se adequa às características da sua produção.
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