Projeto da Carnegie Mellon Portugal desenvolve uma rede de sensores de apoio à decisão e à gestão da mobilidade dos transportes na cidade do Porto.
Sensing and Serving a Moving City (S2MovingCity), é o nome do projeto que Susana Sargento, investigadora no Instituto de Telecomunicações (IT) e na Universidade de Aveiro (UA), está atualmente a desenvolver com o objetivo de criar protocólos e sistemas de apoio à decisão capazes de agir em tempo real aos desafios que o trânsito numa cidade como o Porto, origina diariamente.
Para Susana Sargento, “aprender a cidade através da sensorização, sentir como é que se encontram os transportes na cidade, sentir como estão e onde se encontram as pessoas na cidade” é o principal objetivo deste projeto. Tomando partido de uma infraestrutura de sensores e rede wifi já instalada na cidade do Porto, o S2MovingCity encontra-se atualmente a funcionar em mais de seiscentos veículos. Estes dispositivos de comunicação estão instalados nos autocarros dos STCP no Porto, em camiões do lixo, e em alguns veículos da Câmara Municipal e permitem que todos estejam ligados entre si e à internet.
“Conseguimos saber a todo o instante onde é que os veículos se encontram, a que velocidade andam e, além disso, eles também dão acesso à internet a tudo o que esteja próximo deles”, explica. Os sensores que estão espalhados pela cidade podem enviar a sua informação através de um destes veículos, quando estes sentem a sua proximidade através da rede wifi. Os sensores enviam depois a informação que contêm, e esta é então direcionada, através da internet, para um servidor onde pode depois ser processada.
A informação que o S2MovingCity fornece pode ser aplicada na resolução de problemas em tempo real, no planeamento urbano para uma determinada zona, ou até mesmo como um mecanismo para a partilha de informação turística sobre a cidade. “Conseguimos detetar muito rapidademente, se há um problema numa zona, se o tráfego está muito carregado ou mesmo se existe um acidente. Se existe um acidente, conseguimos enviar informação diretamente para a polícia. Se existe muito congestionamento podemos ter aplicações que vão direccionando os vários veículos que se encontram antes dessa zona e dizer-lhes por onde devem ir, e quais são as melhores alternativas”, explica.
Através da interação com os transportes e com a Câmara Municipal o S2Moving City pode também ajudar a planear uma solução permanente para uma zona com habituais problemas de trânsito. “O objetivo é melhorar o tráfego não só de pessoas, mas também de veículos na cidade. Queremos melhorar o ambiente perceber o que podemos fazer para que isso aconteça. Além disso podemos também enviar informação para os turistas sobre o que eles podem fazer numa determinada zona, e sobre quais seriam os transportes que eles poderiam apanhar”, conta.
Segundo Susana Sargento, “toda esta informação pode um dia ser enviada através da rede de veículos, que é uma rede de comunicações que nos permite interligar tudo e todos na cidade”.
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