Estes solventes poderão ser usados na extração de antioxidantes e vitaminas, ou até para a descontaminação de águas residuais.
Pedro Velho, estudante de doutoramento em Engenharia Química no LSRE-LCM do Laboratório Associado ALICE na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), está a desenvolver solventes químicos com baixo impacto ambiental para valorizar biorresíduos da indústria alimentar.
No seu doutoramento, Pedro Velho procura desenvolver solventes químicos com baixo impacto ambiental, derivados da fermentação de resíduos ou criados a partir de aminoácidos e de proteínas.
O objetivo deste projeto é valorizar biorresíduos que contenham compostos com alto valor comercial, como antioxidantes e vitaminas, para tentar desenvolver suplementos alimentares, por exemplo, ou para descontaminar as águas através da remoção de fármacos.
Esta solução procura diminuir a quantidade de biorresíduos que se vão acumulando nos processos industriais, reduzindo assim a quantidade de resíduos que são enviados para inceneração.
“Procuramos valorizar e retirar tudo aquilo que nos pode ser útil, evitando que a indústria tenha um despendo muito grande de alimentos e que possa usar o que hoje são resíduos para obter produtos de valor acrescentado”, explica.
Por exemplo, a equipa de Pedro Velho está interessada em desenvolver suplementos alimentares que possam ser utilizados para evitar a queda de cabelo e evitar o envelhecimento precoce da pele, utilizando apenas antioxidantes e vitaminas de biorresíduos.
“Pretendemos desenvolver esta solução de forma a fomentar uma economia mais circular, em que haja um aproveitamento dos resíduos, e que apenas seja incinerada aquela última componente dos resíduos vegetais, que já não tem qualquer valor, sem ser este valor energético”, acrescenta.
A ideia é retirar todo o valor químico que existe nestes resíduos, seja ele um pigmento, um antioxidante, uma vitamina, ou até mesmo eventuais enzimas que estejam presentes.
“Queremos conseguir dividir estes biorresíduos e fazer como se fosse um mini supermercado em que tiramos tudo aquilo que tem valor para nós”, revela.
Este projeto de doutoramento é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
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