O número de espécies de plantas que não se consegue estabelecer em locais afetados pela ação humana é cada vez maior.
Ruben Heleno, investigador no Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (CFE UC) e professor na mesma universidade, está a estudar a distribuição das plantas nos ecossistemas do continente europeu.
Os animais são muito importantes para as plantas porque ajudam as plantas a resolver um dos grandes problemas que elas têm: a dificuldade de ir de um sítio para o outro.
Na Europa, existem cerca de 400 espécies de animais, entre aves, mamíferos, e insetos, a prestar este serviço às plantas. No entanto, um terço destas espécies estão ameaçadas de extinção e as que não estão ameaçadas têm as suas populações em declínio e em risco de desaparecer.
Um estudo recente fez soar ainda mais os alarmes. Este estudo tentou perceber o que estava a mudar na diversidade escura. A diversidade escura representa a proporção de espécies que devia estar num determinado local, que tem todas as condições para estar nesse local, mas que não está.
Este estudo revelou que nos locais mais perturbados pela ação humana, onde há mais estradas, mais agricultura, mais gasodutos, mais estruturas urbanas, e mais linhas elétricas, as plantas estão cada vez mais a faltar, ou seja, não conseguem sequer ocupar um espaço que é bom para elas.
“É como se a velocidade das correntes que distribuem a diversidade de vida na Terra estivesse a abrandar, e já apresentasse efeitos que podemos medir”, alerta.
Torna-se assim cada vez mais necessário encontrar formas de proteger os ecossistemas funcionais dos quais a nossa espécie precisa para sobreviver.
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