Projeto de pós doutoramento foca a sua atenção na importância que os têxteis têm para a história de arte portuguesa, nomeadamente nas motivações para investimento no setor e interesses de compradores.
Maria João Ferreira é investigadora do CHAM – Centro de Humanidades das Universidades Nova de Lisboa e dos Açores e está atualmente a concluir um estudo sobre os têxteis.
“Entre a utilidade e o deleite: os têxteis e a casa de Bragança entre os séculos XVI e XVIII” é o título do projeto de pós doutoramento que a investigadora está prestes a concluir e onde é feita uma análise aos têxteis de um ponto de vista sistemático. “Os têxteis prestam-se a várias discussões, várias análises, não têm sido alvo de grande atenção na história de arte em Portugal, são sempre ou quase sempre têm sido considerados o parente pobre, mas vários aspetos chamaram-me a atenção para um valor, uma importância maior do que aquela que poderia ser inicialmente considerada”, explica Maria João Ferreira.
Dois grandes objetivos foram estipulados para os seis anos de projeto: perceber as motivações para o investimento nos têxteis, e tentar perceber quais são os interesses de quem os adquire, “as opções estéticas, as opções que os levam a adquirir determinados objetos em detrimento de outros”, complementa. A investigação vai até mais além ao querer perceber qual é o peso da produção têxtil europeia e extra europeia e, com isso, saber quem compra estes produtos, quais as diferenças entre os compradores e de que forma são percecionados pela sociedade portuguesa.
Relativamente à originalidade do projeto, a investigadora afirma que “nunca um estudo foi feito do ponto de vista sistemático a partir dos inventários, a partir do cruzamento de várias fontes documentais coevas que é esse o trabalho que tenho estado a tentar desenvolver”, ressalva.
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