Investigação analisa as relações de dominação entre estados com o objetivo de mapear as diferentes categorias jurídico-políticas em vigor durante o imperialismo português.
Ângela Xavier, investigadora do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, está a desenvolver este estudo para descobrir o que faz com que dentro de uma sociedade imperialista, existam relações de domínio e submissão entre os diferentes estados do império.
“Faço análise histórica mas sempre a partir de problemas gerais e o problema geral que me move é o de perceber por que há relações de dominação entre povos por um lado, ou dentro das sociedades por outro. Como se produz autoridade?”, questiona Ângela Xavier.
Segundo a historiadora, nesta produção de autoridade normalmente há uma dimensão que é desconhecida a vários níveis. “Uma dimensão óbvia é a dimensão jurídica e legal, que determina como os ordenamentos legais produzem categorias sociais. Ao definir legalmente o que é um escravo, por exemplo, está-se a fixar determinada identidade que também é uma identidade social e muitas vezes a aprisionar pessoas dentro de determinadas identidades”, explica.
Foi esta dimensão que suscitou o interesse de Ângela Xavier, dando assim origem a um projeto de longa duração que analisa cinco séculos de presença imperial portuguesa nos vários pontos do império.
“Este projeto tem como objetivo mapear as categorias jurídico-políticas construídas no contexto do império português em relação às populações que residiam nos territórios do império”, conclui.
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