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Ep. 515 Sara Leston – Qual o impacto dos efluentes de aquacultura no ecossistema do estuário do Mondego?

December 14, 2018

ep515_interiorEsta investigação está a analisar as macroalgas do estuário do Mondego com o objetivo de estudar o nível de contaminação provocado pelos resíduos dos efluentes de aquacultura neste ecossistema.​


Sara Leston, investigadora no Centre for Functional Ecology (CFE) em associação com a Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC) e o Instituto Politécnico de Leiria (IPL), está a desenvolver este projeto há cerca de 10 anos com o objetivo de dar resposta à necessidade de verificar a contaminação por efluentes de aquacultura no estuário do Mondego.

Para estudar o impacto destes resíduos, a investigadora está a olhar para a alface-do-mar, uma macroalga comum a este estuário que é normalmente encontrada perto destes efluentes.

As macroalgas são importantes nos ecossistemas porque são a base das cadeias tróficas, são produtores primários o que significa que além de serem responsáveis pela fotossíntese e pela incorporação de oxigénio na água são também consumidas por vários animais que são por sua vez consumidos por predadores acima na cadeia trófica.

Isto significa que se um contaminante estiver a ser incorporado na cadeia através do consumo poderá eventualmente também ser consumido pelo Homem através da captura de espécies comerciais que habitam neste estuário.

“Neste momento desenvolvemos métodos para a quantificação de antibióticos potencialmente presentes na aquacultura para avaliar a sua capacidade de acumulação e também para desenvolver experiências laboratoriais onde pudéssemos comprovar os efeitos que estes antibióticos tinham na alga”, explica.

Este perigo de contaminação ao longo da cadeia trófica significa que podemos estar a expor pessoas a quantidades mesmo que residuais de fármacos que poderão eventualmente levar a resistência bacteriana.

Os resultados deste estudo podem servir como indicadores para o desenvolvimento de legislação mais apertada de controlo do nível de fármacos presente nestes efluentes.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | BioWebSpin | MARE

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