Este estudo quis conhecer a incidência e o impacto das alergias a penicilina no Serviço Nacional de Saúde. Melhorar o diagnóstico desta alergia pode evitar 3500 dias de internamento e poupar 1,5 milhões de euros ao estado.
Bernardo Sousa Pinto, investigador do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologia e Serviços de Saúde, desenvolveu um estudo com o objetivo de avaliar as consequências de ter um registo de alergia a penicilinas, com recurso a uma base de dados que contém o registo de todas as hospitalizações em hospitais públicos portugueses nos últimos 15 anos.
“Avaliámos pacientes adultos e identificámos aqueles que tinham um registo de alergia às penicilinas, uma classe de antibióticos na qual se inclui por exemplo a amoxicilina, e fomos verificar que esses pacientes efetivamente estavam internados mais tempo, tinham mais frequentemente infeções graves, e os seus tratamentos eram mais caros”, revela.
Isto provavelmente deve-se ao facto destes pacientes estarem a ser tratados com antibióticos que muitas vezes não são os mais adequados face às condições clínicas que apresentam.
Bernardo Sousa Pinto estima que caso estes pacientes tivessem sido corretamente diagnosticados, poderia ter sido possível poupar mais de 3500 dias de internamento e reduzir os custos anuais hospitalares em pelo menos 1,5 milhões de euros.
A solução passa por melhorar o diagnóstico de alergia a penicilina para evitar falsos positivos e garantir que os pacientes são tratados com um antibiótico mais eficaz.
“É fundamental proceder a um diagnóstico correto e testar os pacientes para verificar se são verdadeiramente alérgicos e devem evitar as penicilinas, caso contrário as consequências podem ser graves, ou então, se são falsamente alérgicos, podendo então utilizar as penicilinas o que tem vantagens para eles e para o serviço nacional de saúde”, conclui.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | UP | CINTESIS
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