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Ep. 554 Ricardo Jorge Lopes – O que os canários nos podem dizer sobre a evolução do canto nas aves?

February 07, 2019

ep554_interiorEsta investigação quer conhecer os mecanismos genéticos que permitiram às aves desenvolver o seu canto.​


Para tal, Ricardo Jorge Lopes, investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO) da Universidade do Porto (UP), está a desenvolver o projeto VOCAL, um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), com o intuito de desvendar os mecanismos genéticos que estão na base da aprendizagem vocal em diferentes variedades de canário.

“Vamos tentar perceber utilizando uma espécie em particular que é o canário, como é que as aves conseguiram adquirir esta capacidade de produzir vocalizações a partir da imitação, e a partir do estímulo de outras aves da própria espécie”, explica.

O projeto VOCAL vai realizar um estudo genético comparativo entre diferentes variedades de canário e entre aves híbridas, de forma a identificar no seu código genético os mecanismos que estes indivíduos partilham com os seus progenitores.

“Enquanto no caso da cor as mutações que nós sabemos que foram responsáveis por estes mecanismos, são originárias de mecanismos muito simples e muitas vezes associados a um único gene em particular, ou a um conjunto muito pequeno de genes, nós sabemos que na aprendizagem vocal é muito provável que o mecanismo responsável seja muito mais complexo”, revela.

Esta complexidade ocorre por que em termos de fenótipo, ou seja, em termos das características físicas que os diferentes genes expressam, a aprendizagem vocal necessita que haja alterações em vários locais do corpo. Uma característica tão complexa como a aprendizagem vocal necessita de mecanismos que permitam que diferentes locais como o cérebro, os pulmões, e as cordas vocais, se desenvolvam.

“Deste todo o sistema nervoso, tudo o que tenha a ver com o sistema respiratório, os pulmões e toda a parte que tenha a ver com as cordas vocais, todos estes compartimentos podem ser importantes e portanto pode haver em todos estes compartimentos genes ou mecanismos genéticos que sejam importantes para perceber porque há estas variações na aprendizagem vocal entre estas variedades de canário”, conclui.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | CIBIO InBIO

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