Este estudo comparou o impacto de dois modelos climáticos no Planeta. O cenário mais otimista prevê que a humanidade tem apenas dez anos para inverter o crescente aquecimento global e para minorar o impacto das alterações climáticas.
José Xavier, professor na Universidade de Coimbra (UC) e investigador do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, publicou recentemente um artigo na revista Nature onde analisou a evolução do clima na Terra em dois cenários, um onde são reforçados os esforços para travar o aquecimento global e a emissão de dióxido de carbono na atmosfera e outro onde nada é feito.
“Este artigo na Nature tenta identificar de acordo com os modelos que nós temos para o clima que são fornecidos pelo painel intergovernamental para as alterações climáticas, o IPCC, os possíveis impactos das políticas de prevenção das alterações climáticas. Pegámos num modelo onde existem medidas concretas a nível político para combater as alterações climáticas e comparámos com o pior cenário, o pior cenário é aquele em que nada é feito, em que as emissões do dióxido de carbono vão continuar a aumentar”, explica.
Os resultados deste estudo demonstraram que em ambos os cenários as temperaturas da Antártida vão continuar a aumentar, o que vai levar a um aumento do degelo, contudo, no pior cenário os aumentos são ainda maiores.
Aumento do nível médio da água do mar, disrupção das correntes oceânicas, e episódios climáticos extremos, são alguns dos exemplos do impacto previsto no pior cenário possível.
A principal conclusão deste estudo é o prazo limite que a humanidade tem para agir: Dez anos. Se nada for feito na próxima década será praticamente impossível evitar os impactos previstos no pior cenário.
“Uma das grandes conclusões deste estudo da Nature foi que temos de agir num período de dez anos para evitar o pior cenário e isso precisa de uma maneira muito evidente de seguir o acordo de Paris. Precisamos que sejam implementadas medidas quer ao nível local, quer ao nível nacional, mas também ao nível internacional, que têm que ser feitas num período de uma década porque se não as consequências vão ser cada vez maiores para todo o Mundo”, alerta.
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