O impacto das alterações climáticas em Portugal tornam necessário o investimento em alternativas renováveis para garantir uma transição energética sustentável. Este estudo demonstrou que, apesar das mudanças no clima, as energias solar e eólica vão continuar a ser uma boa fonte de investimento.
Pedro Matos Soares, investigador principal do Instituto Dom Luiz (IDL) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), desenvolveu este estudo com o intuito de perceber o impacto que as alterações climáticas vão ter no rendimento energético dos recursos renováveis.
Para reduzir a dependência nos combustíveis fósseis é necessário garantir um eficiente aproveitamento da produção de energias renováveis. Nesse sentido é importante saber qual o rendimento previsto nos próximos 20, 50 e 70 anos para recursos como as energias solar e eólicas.
Isto é particularmente importante num cenário de alterações climáticas pois estes recursos estão muito dependentes do clima.
“Uma das questões mais urgentes da sociedade atual é a transição energética. Para garantir a transição energética temos que deixar os combustíveis fósseis e temos que produzir energia renovável de uma maneira o mais eficiente possível. Por isso temos que conhecer como é que esse recurso renovável vai ser daqui a 20, 50, e 70 anos, e como estamos num clima transeunte precisamos de conhecer qual é a relação desse clima transeunte também para as renováveis, para a hídrica, para a solar, e para a eólica”, conta.
A equipa de Pedro Matos Soares analisou então a influência que as alterações climáticas vão ter nestes recursos renováveis em território nacional. Os resultados demonstram que as energias solar e eólica vão continuar a ter um rendimento muito favorável apesar das mudanças previstas no clima.
“Os resultados, de grosso modo demonstram que o nosso recurso solar vai aumentar ligeiramente num clima futuro, muito ligeiramente, mas o mais importante é que não vamos ter perda de recurso. Isto quer dizer que o investimento solar é a chave para esta transição energética”, revela.
Já o recurso eólico vai sofrer algumas alterações, estando previsto um ganho de recurso eólico durante os meses de verão e uma perda de recurso no inverno e nas estações intermédias.
“Fizemos esse estudo para a eólica offshore e onshore, ou seja, ao largo e no nosso território, e percebemos quais são as regiões melhores para produzir no futuro energia eólica”, acrescenta.
Segundo este estudo, o norte de Portugal será beneficiado pelas alterações climáticas em termos da exploração de energia eólica offshore.
Os resultados deste estudo podem ser usados para definir uma estratégia de investimento nacional em energias renováveis a longo prazo.
Saiba mais sobre o investigador em: Google Scholar | IDL
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