Esta investigação estudou a capacidade de resistência das ribeiras do sul de Portugal a eventos extremos como ondas de calor e secas prolongadas.
Maria João Feio, investigadora do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente e do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra (UC), desenvolveu este estudo com o objetivo de estudar o impacto das alterações climáticas na biodiversidade dos ecossistemas das ribeiras no Alentejo.
“Temos feito diferentes trabalhos que têm como objetivo ver se há evidências de alterações nas comunidades aquáticas, nomeadamente dos invertebrados por efeitos das alterações climáticas. Fizemos também outros estudos que são um pouco mais experimentais que pretendem ver a resistência de determinados organismos e com isso prever como estes reagiriam a um cenário de alterações climáticas”, conta.
Neste estudo foi analisada uma série de dados de larga escala recolhidos em ribeiras do Alentejo que têm sido monitorizadas de forma permanente há mais de vinte anos.
Esta amostra temporal permitiu observar como estas ribeiras reagiram a diferentes eventos de seca prolongada.
Os resultados demonstraram que as ribeiras com melhores condições ecológicas, menos poluição e maior diversidade de organismos, conseguiram recuperar as suas comunidades num curto espaço de tempo após o período de seca.
Já as ribeiras com algum nível de poluição e com menor diversidade ecológica não o conseguiram fazer.
Com a progressão das alterações climáticas os eventos extremos vão tornar-se mais comuns, o que pode levar a maiores períodos de seca.
Compreender esta capacidade de recuperação é essencial para desenvolver estratégias de proteção e prevenção das ribeiras contra estes eventos.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | MARE
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