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Ep. 736 Miguel Ângelo Rodrigues – Assimetrias regionais diminuem em Portugal no período pós-crise

December 02, 2019

ep736_interiorPortugal é o país da União Europeia que mais diminuiu as assimetrias regionais no período pós-crise.​


Miguel Ângelo Rodrigues, investigador do Centro de Investigação em Ciência Política (CICP) da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (UM), está a desenvolver um projeto que deu origem à publicação do livro “Assimetrias e Convergência Regional: Implicações para a Descentralização e Regionalização em Portugal”.

Este livro procurou estudar no período pós-crise financeira internacional de 2008 a evolução das assimetrias regionais ao nível do PIB per capita, da população, das suas qualificações e da especialização produtiva.

“87% das entidades que vendem para a administração central estão localizadas na área metropolitana de Lisboa e cerca de 67% das entidades públicas estão localizadas entre Lisboa e Porto o que dá uma imagem do centralismo que nós temos. É este país que entra numa situação de crise onde pede um resgate financeiro e é este país centralizado que tem que se acomodar este choque externo”, conta.

Segundo Miguel Ângelo Rodrigues, Portugal saiu da crise mais pobre, pois ainda não recuperou totalmente os níveis de crescimento e o nível de PIB que tinha antes de entrar na crise em 2008.

Contudo, Portugal conseguiu ser o país da Europa que mais reduziu as suas assimetrias regionais.

Temos um país que, apesar de mais pobre, é mais igual em termos das dinâmicas regionais”, acrescenta.

Isto ficou-se a dever, em parte, ao facto da Área Metropolitana de Lisboa (AML) ter sofrido muito com o impacto da crise.

“Como a AML tem uma indústria que se especializou a vender para o Estado há aqui um choque que é transmitido para a economia regional. Há aqui uma necessidade de ajustamento que se vai prolongar no tempo que vai obrigar esta região a repensar o seu modelo económico de crescimento. Há aqui uma situação em que esta área perde e perde sobretudo porque tem esta situação em termos do seu tecido económico”, revela.

Este projeto foi desenvolvido em parceria com Fernando Alexandre, Miguel Portela, João Cerejeira e Hélder Costa e financiado pela Associação Comercial do Porto.

Saiba mais sobre o investigador em: CICP | EEG

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