Esta investigação está a estudar os processos de desenvolvimento neuronal e a sua influência na deteção de movimento no campo visual.
Filipe Pinto Teixeira, neurocientista no Centro de Biologia Integrativa (CBI) em Toulouse (França), está interessado em perceber como um cérebro se desenvolve e como diferentes neurónios são produzidos e incorporados em redes neuronais durante o desenvolvimento embrionário.
No seu laboratório, Filipe Pinto Teixeira, usa a mosca-da-fruta como animal modelo para estudar um conjunto de neurónios que são responsáveis pela deteção de movimento no campo visual.
No olho da mosca, tal como no olho do ser humano, existem neurónios que são sensíveis a movimento em particulares direções, alguns neurónios têm os seus processos neuronais orientados da esquerda para a direita e como tal só vão ser sensíveis a movimento no campo visual da esquerda para a direita.
Outros têm os processos neuronais desenvolvidos da direita para a esquerda e, por esse motivo, só são sensíveis a movimento da direita para a esquerda.
Existe assim uma relação íntima entre a forma e a estrutura do neurónio e a função que este neurónio consegue exercer.
Os estudos de Filipe Pinto Teixeira procuram perceber como as características de cada um destes neurónios são estabelecidas durante o desenvolvimento embrionário para que cada um deles possa exercer a sua função exata.
“Compreender como um neurónio, uma rede neuronal e, no fundo, como todo um cérebro se desenvolve é por si só uma questão fascinante. Este conhecimento é fundamental para nós percebermos qual é que é a génese de inúmeras patologias que têm por base defeitos durante o desenvolvimento e que afetam o sistema nervoso central”, reforça.
Recentemente, Filipe Pinto Teixeira é o laureado deste ano da Fundação Bettencourt Schueller do programa Atip/Avenir. Este prémio vai permitir ao investigador prosseguir esta investigação no Centro de Biologia Integrativa em Toulouse.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar
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