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Ep. 793 Ana Rainho – Projeto estuda a importância das espécies dispersoras de sementes para a regeneração das florestas africanas

February 19, 2020

ep793_interiorEste projeto está a estudar o impacto das espécies dispersoras de sementes, como os grandes mamíferos e as aves, na regeneração das florestas de Guiné-Bissau.


Ana Rainho, investigadora do Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (CE3C), está a desenvolver este projeto com o intuito de estudar as redes mutualísticas entre animais e plantas nas florestas africanas.

O trabalho de Ana Rainho foca-se no estudo das redes mutualísticas de dispersão. Nestas redes a regeneração da floresta está dependente da forma como os animais dispersam as sementes das plantas que consomem.

Ao comer um fruto, por exemplo, o animal armazena no seu sistema digestivo as sementes desse fruto. Ao deslocar-se o animal pode depositar as sementes através das fezes em locais propícios para que estas plantas cresçam. 

A regeneração da floresta fica assim dependente da capacidade das sementes atingirem terrenos apropriados para dar origem a novas árvores.

“Estas redes mutualísticas asseguram assim a regeneração da floresta quer onde ainda existe floresta quer em zonas onda a floresta já foi removida e onde, durante alguns anos, o solo foi usado como terreno agrícola ou para outros fins”, explica.

Os resultados preliminares deste projeto indicam que os principais dispersores de sementes nas florestas do Parque Natural de Cantanhez na Guiné-Bissau são os grandes mamíferos e as grandes aves.

“Os animais de grande porte conseguem dispersar as sementes maiores e as sementes mais pequenas abarcando assim uma diversidade maior de espécies de árvores”, reforça.

Infelizmente, a maior parte das espécies responsáveis pela dispersão destas sementes encontra-se atualmente ameaçada.

Ana Rainho alerta assim para a necessidade de proteger estas espécies de forma a garantir a regeneração da floresta.

“Se as espécies que dependem da floresta e que ajudam a regenerá-la desaparecerem, acabaremos por não ter maneira de conseguir recuperar o que nos resta da floresta africana”, alerta.

Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | Google Scholar | CE3C

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