Este estudo avaliou a prevalência de notícias sobre o mar nos jornais de referência portugueses.
Bruno Pinto, investigador em Comunicação de Ciência e Ambiente no MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), avaliou a publicação de notícias sobre o mar no jornal Público entre 2002 e 2010.
Os resultados deste estudo demonstraram que durante este período de oito anos foram apenas publicadas em média 13 notícias por mês sobre o mar.
“No discurso político e cultura falamos muito de o mar ser importante para a nossa economia, presente e futura. Quis assim ver se este discurso se refletia na discussão pública que acontece nos jornais. Para tal, peguei num jornal português de referência para a área de ciência e ambiente, o jornal Público, e elegi o período de 2002 a 2010 para fazer uma análise das notícias que apareciam sobre o mar”, explica.
Entre as notícias publicadas, muitas delas eram breves e não abordavam a temática do mar de forma aprofundada. Para Bruno Pinto, esta baixa representatividade do mar nas notícias do Público não reflete a importância dada ao mar no discurso político.
“Fiquei especialmente surpreendido pelo facto de durante este período nós termos estado no top 20 de países que mais publicaram sobre ciências marinhas. Portugal foi o 17.º no ranking mundial de produção científica relativamente a estas áreas e nas notícias do público, apareceu uma notícia sobre ciência marinha durante todo este período”, revela.
Segundo o investigador, estes números revelam uma baixa tradução da ciência produzida na área do mar, quer a nível nacional, quer a nível internacional, para o público português.
“Isto quer dizer que há muito pouca tradução daquilo que é a ciência produzida nacional e internacionalmente nesta área para o público, é praticamente inexistente”, reforça.
Este estudo resultou num artigo publicado na revista científica Ocean & Coastal Management.
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