Este estudo avaliou a capacidade das infraestruturas instaladas no arquipélago das Berlengas para receber visitantes.
Henrique Queiroga, professor no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro (UA) e investigador no Centro de Estudos de Ambiente e do Mar (CESAM), revela que o número ideal de visitantes não deve ultrapassar as 550 pessoas por dia.
Classificadas como reserva natural desde 1970, o arquipélago das Berlengas é gerido pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Atualmente, estas ilhas chegam a atingir cerca de 1500 pessoas por dia durante os picos de visitação que ocorrem aos fins-de-semana durante os meses de Verão.
Segundo Henrique Queiroga, este número de visitantes causa problemas de gestão de resíduos orgânicos e de tratamento de águas residuais, e tem impacto nos ecossistemas naturais, sobretudo nas aves marinhas que lá nidificam e nas espécies de plantas que são nativas da região.
O ICNF encomendou este estudo com o intuito de encontrar o número ideal de visitantes que permitisse reduzir o impacto do turismo nestas ilhas.
Este estudo chegou a um número entre os 350 e os 1300 visitantes por dia. Números esses que estavam de acordo com o plano de ordenamento em vigor.
Contudo, o sistema de tratamento de águas residuais existente na ilha apenas tem uma capacidade diária para 500 pessoas.
“Atualmente esse sistema de tratamento de águas residuais não está ainda reabilitado, entretanto saiu uma portaria baseada no nosso estudo mas que elevava um pouco este plafom que nós preconizávamos e que indica 550 visitantes simultaneamente excluindo as autoridades locais e também o pessoal de apoio às infraestruturas de visitação”, revela.
Henrique Queiroga revelou que está previsto o melhoramento do sistema de tratamento de águas residuais para diminuir o impacto dos visitantes na ilha.
Neste momento as Berlengas recebem em média cerca de 900 visitantes por dia.
Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | Google Scholar | CESAM
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