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Ep. 854 Flávio Silva – Projeto estuda o uso de musgos para controlar a erosão do solo após um incêndio

May 14, 2020

ep854_interiorEsta investigação está a estudar a capacidade dos musgos de prevenir a erosão dos solos após um incêndio.


Flávio Silva, investigador no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) na Universidade de Aveiro (UA), espera que este conhecimento permita desenvolver novas técnicas de prevenção da degradação do solo após um incêndio florestal.

No âmbito deste projeto foi estuda em 2015 uma área ardida em Miranda do Corvo. Nesta zona foi possível verificar que espontaneamente começaram a crescer musgos numa encosta ardida. A partir desta observação surgiu nos investigadores a curiosidade de tentar quantificar o papel benéfico dos musgos na mitigação da erosão.

“A gestão pós-incêndio em Portugal está muito limitada àquilo que são as práticas regulares como o corte e o novo plantio de vegetação. O que nós propomos neste estudo é tirar partido deste fenómeno natural destes engenheiros de ecossistema que são os musgos aplicando-lhe algum desenvolvimento tecnológico”, explica.

Segundo Flávio Silva, é possível processar fragmentos de musgo e incluí-los em lotes de sementeiras que são normalmente utilizadas para estabilizar taludes após um incêndio florestal.

“Mesmo que os musgos pareçam secos e mortes eles não estão. É possível usar fragmentos destes organismos para os plantar”, refere.

Esta estratégia pode ser aplicada em áreas críticas que são mais passíveis de erosão pós-incêndio, com o intuito de prevenir a degradação dos solos e a eutrofização dos recursos de água por deslocação de matéria florestal ardida nas primeiras chuvas de Inverno.

“Há uma maneira muito curiosa que tem sido testada nos EUA que é o espalhamento destes fragmentos de musgo através de helicóptero. Eles largam estas misturas de musgo e algumas sementes pioneiras em áreas de difícil acesso e muito passíveis de erosão e conseguem controlar de forma eficiente a erosão do solo após o incêndio”, conta.

O investigador espera que o conhecimento obtido neste estudo possa ser aplicado em áreas ardidas em Portugal de forma a minimizar o impacto dos incêndios nas regiões afetadas.  

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | CESAM

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