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Ep. 905 João Canário – Investigação estuda impacto ambiental da degradação do permafrost no Ártico

July 24, 2020

ep905_interiorO permafrost é um tipo de solo que existe na região do círculo polar ártico e que é composto por terra, gelo e rochas permanentemente congelados. 


João Canário, investigador no Centro de Química Estrutural (CQE) e professor convidado no Instituto Superior Técnico (IST), dedica o seu trabalho ao estudo do permafrost e do impacto da sua degradação nas alterações climáticas.

A temperatura do Ártico está a subir a um nível muito mais rápido que o resto do planeta. Com o aumento da temperatura o solo gelado que constitui o permafrost está a derreter e a degradar-se.

Esta degradação está a criar um problema no Ártico pois o permafrost é extremamente rico em matéria orgânica, matéria essa que em alguns casos esteve indisponível durante milhares de anos. Com a fusão do gelo que contém esta matéria são libertados para a atmosfera gases como dióxido de carbono e metano. Dois gases responsáveis pelo efeito estufa.

A equipa de João Canário está neste momento a estudar os processos de degradação do permafrost e a sua contribuição para as alterações climáticas.

Uma das formas que o permafrost tem de se degradar é a formação de lagos chamados de lagos termocarso. Estes lagos são extremamente ricos em matéria orgânica, chegando esta a representar cerca de 90% da sua constituição.

Quando esta matéria orgânica se degrada é libertado dióxido carbono e metano para a atmosfera.

“Nós sabemos que alguns lagos são fortes emissores de dióxido de carbono e que outros são fortes emissores de metano. Mesmo lagos que estão ao lado um do outro podem emitir gases distintos. Aquilo que nós estamos a tentar perceber é por que é que certos lagos emitem mais dióxido de carbono e outros lagos imitem mais metano que, como se sabe, são gases com forte poder de aumentar o efeito estufa”, revela.

Neste momento, João Canário está a tentar ligar a composição química desta matéria orgânica aos gases emitidos.

“Andamos à procura de grupos funcionais que possam explicar por que é que uns lagos emitem gases de um tipo, e outros emitem gases de outro tipo”, reforça.

Este conhecimento será usado para determinar o impacto da degradação do permafrost no clima da região e nas alterações climáticas a nível global.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | Google Scholar | IST

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