O cancro da mama triplo negativo é um dos cancros mais agressivos com uma taxa elevada de recorrência e uma taxa baixa de sobrevivência. Atualmente não existe um tratamento eficaz contra este cancro.
Tânia Morais, investigadora no Centro de Química Estrutural (CQE) na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), está a desenvolver fármacos com especificidade contra o cancro da mama triplo negativo com base em compostos organometálicos de roténio.
O roténio é um metal que consegue mimetizar proteínas como a transferina e a albumina que permitem que este seja transportado para o interior de células tumorais, e que tem demonstrado ter pouca toxicidade.
Os compostos organometálicos de roténio têm dado resultados muito interessantes em laboratório para uma série de tumores, nos quais se inclui o cancro da mama triplo negativo.
“Até à data nós já vimos que em testes in vivo em ratinhos com cancro da mama triplo negativo um dos nossos compostos mostrou ser capaz de inibir cerca de 50% do tumor principal, assim como o desenvolvimento de metástases”, revela.
Neste momento a equipa de Tânia Morais está a trabalhar no desenvolvimento de sistemas inteligentes de entrega de fármacos para que estes compostos organometálicos de ruténio possam ser entregues diretamente aos tumores primários e às metástases.
“Os fármacos que existem atualmente têm algumas limitações como os vários efeitos secundários que resultam da quimioterapia devido à sua falta de seletividade. Estes sistemas inteligentes que estamos a desenvolver visam ultrapassar estas limitações através de uma terapia dirigida e seletiva para o tumor, poupando os tecidos saudáveis que o rodeiam”, explica.
Saiba mais sobre a investigadora em: Researchgate | CQE | FCUL
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