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Ep. 1196 Orfeu Bertolami – Investigação desenvolve modelos para estudar o impacto da atividade humana nas alterações climáticas

November 15, 2021

ep1196_interiorEste modelo permite, por exemplo, avaliar o impacto da concentração de dióxido de carbono atmosférico na acidez dos oceanos e prever a sua evolução.


Orfeu Bertolami, professor catedrático no Departamento de Física e Astronomia da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), desenhou um modelo que permite construir um sistema de contabilidade do impacto das atividades humanas nas alterações climáticas.

“Tenho-me interessado pelo problema das alterações climáticas no sistema terrestre. Naturalmente a dinâmica desse sistema tem sido fortemente afetada pelo impacto das atividades humanas e neste sentido entende-se que vivemos numa nova era geológica dominada pela humanidade e conhecida como o Antropoceno”, conta.

Segundo Orfeu Bertolami, a observação que permitiu alcançar vários resultados relevantes no que diz respeito às transformações do sistema terrestre provocadas pelas atividades humanas, foi a percepção de que estas transformações são semelhantes às fases das substâncias, e que ao longo da História da Terra essas transformações são análogas com as transições das fases sólida, líquida e gasosa das substâncias.

“Assim por meio da teoria das transições de fase, a teoria de Landau-Ginzburg, foi possível escrever a equação de evolução do sistema terrestre chamada de equação do Antropoceno”, revela.

Com esta equação foi possível demonstrar que o Antropoceno é um período de transição entre o Holoceno, um período de grande instabilidade climatérica que durou cerca de 11700 anos, e uma nova fase “perigosamente” mais quente para a qual o sistema terrestre está a evoluir.

Ou seja, usando esta analogia, podemos ver os 11700 anos do Holoceno como uma “fase sólida”, sendo o Antropoceno a “fase líquida”, e o aquecimento global como o impulso que irá dar origem a uma nova era, a “fase gasosa”, se nada for feito para travar as alterações climáticas.

Com esta informação é possível desenhar modelos de base física para, por exemplo, avaliar o impacto do dióxido de carbono atmosférico na acidez dos oceanos e prever a sua evolução.

Para reduzir o impacto das atividades humanas nas alterações climáticas, Orfeu Bertolami propõe a criação de uma criptomoeda mantida por energias renováveis, que será distribuída por governos, empresas e indivíduos que tenham atitudes “verdes” de promoção de atividades sustentáveis e de redução da produção de carbono e de outros gases de efeito de estufa.

Esta criptomoeda servirá como uma recompensa financeira para incentivar boas práticas de combate às alterações climáticas, mas também como meio de financiamento para essas mesmas atividades.

Saiba mais sobre o investigador em: Linkedin | Researchgate | FCUP | CFUMUP

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