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Ep. 1220 Francisca Vargas Lopes – Estudo avalia modelos de cuidados a longo prazo para pessoas com doença mental grave

December 17, 2021

ep1220_interiorEste estudo foi realizado nos Países Baixos e teve como objetivo avaliar a eficácia de diferentes modelos de cuidados quer para o paciente, como para a sua família.


Francisca Vargas Lopes, aluna de doutoramento da Universidade Erasmus (EUR) em Roterdão (Países Baixos), está a estudar diferentes modelos de cuidados a longo prazo para pessoas com doença mental grave, como esquizofrenia, doença bipolar ou depressão.

Nos Países Baixos existem diferentes modelos de cuidados a pessoas com doença mental grave, desde apoios domiciliários a apoios residenciais com carácter sócio-ocupacional onde os pacientes são supervisionados e têm um acompanhamento mais detalhado.

“Neste estudo conseguimos utilizar dados muito ricos que ligámos ao nível do indivíduo e que nos permitem estudar diferentes domínios. Por exemplo, conseguimos ver que dar acesso a estes apoios residenciais parece não ter impacto na probabilidade de utilizar cuidados de saúde mental, mas sim de aumentar a quantidade destes cuidados”, revela.

Este estudo também revelou que os cuidados residenciais não têm qualquer efeito na mortalidade dos pacientes, no entanto diminuem a probabilidade destes terem um trabalho remunerado.

Francisca Vargas Lopes olhou também para o efeito que estes apoios tinham nos familiares destas pessoas, mais concretamente, nos pais.

“Verificámos que a longo prazo, ao final de quatro anos, os apoios residenciais aumentam a probabilidade de tanto o pai como a mãe estarem num emprego remunerado”, conta.

Estes resultados demonstram que há um claro compromisso nas decisões a serem tomadas sobre que tipo de apoio deve ser disponibilizado a cada indivíduo.

Por exemplo, ter acesso a um apoio residencial pode ser menos positivo para o paciente, porque limita a sua independência, no entanto, dá uma maior possibilidade dos seus pais participarem no mercado laboral.

“Estes são resultados que devem ser considerados no desenho do modelo para Portugal, nomeadamente em como dosear o investimento entre equipas de apoio domiciliário e apoios residenciais”, reforça.

Saiba mais sobre a investigadora em: twitter | Linkedin | Researchgate | Google Scholar | Página Pessoal

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