Este projeto recolheu sedimentos do fundo de lagos desta região com o objetivo de estudar como o clima se alterou ao longo dos últimos séculos.
Ana Gomes, investigadora no Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB) da Universidade do Algarve (UAlg), participa no projeto InMoz com o objetivo de estudar as alterações ambientais que ocorreram no passado na região sudeste de Moçambique.
“Viajámos até Moçambique em 2019 e recolhemos sedimentos que circularam no fundo de lagos que se encontram entre as dunas da planície costeira da província de Inhambane, trouxémos estes sedimentos para Portugal e começámos a analisá-los utilizando diversos indicadores”, conta.
Estas análises permitiram saber como variou a salinidade da água do lago ao longo do tempo através da análise de microalgas, as diatomáceas, e de crustáceos, os ostracodes.
A informação recolhida permitiu perceber como a paisagem em torno do lago se alterou ao longo do tempo. Começando num ambiente de savana que evoluiu para uma floresta que terá desaparecido por ação das alterações climáticas mas também por influência humana no sentido de criar mais áreas para o desenvolvimento de atividades agrícolas.
“Tudo isto permite-nos também saber como é que estas alterações de vegetação influenciam o registo sedimentar naquela zona”, acrescenta.
Neste momento está a ser preparada uma exposição para transmitir os resultados do projeto InMoz à sociedade em geral, não só em Portugal mas também em Moçambique.
“Estamos a preparar uma exposição para podermos transmitir os nossos resultados à sociedade em geral quer aqui em Portugal, quer em Moçambique. É muito importante uma vez que o trabalho foi feito de lá e parte da nossa equipa está lá, por isso queremos levar essa informação para lá também”, remata.
Saiba mais sobre o investigadora em: Google Scholar | ICArEHB
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