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Ep. 1327 João Cabral – Investigação avalia impacto de infraestruturas renováveis no ecossistema

May 17, 2022

ep1327_interiorEste grupo tem avaliado nos últimos 20 anos o impacto do parque eólico do Marão na biodiversidade local.


João Cabral, professor na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e investigador no Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), dedica o seu trabalho à avaliação dos impactos ambientais de infraestruturas de energia renovável, como barragens hidroelétricas e turbinas eólicas, assim como os seus efeitos na paisagem e no território.

“Temos trabalhado com infraestruturas de produção de energia renovável como parques eólicos e barragens hidroelétricas, e com infraestruturas de apoio como vias de comunicação. No essencial nós lidamos com aquilo que se chama os impactos directos, como a mortalidade associada à colisão direta com as pás dos aerogeradores, no caso dos parques eólicos, e com o efeito barreira que a presença física destas infraestruturas promove na paisagem, no território e na biodiversidade”, conta.

A construção de infraestruturas de produção de energia renovável como parques eólicos e barragens hidroelétricas tem exercido uma forte pressão sobre os territórios naturais em Portugal nos últimos 20 anos.

Como estas instruturas são instaladas em zonas remotas, muitas vezes, para além do impacto da própria estrutura é preciso também medir o impacto das vias de comunicação que são construídas para que os aerogeradores ou as barragens sejam devidamente mantidas.

Estas vias de comunicação além de promoverem o efeito barreira muitas vezes atraem maior actividade humana para o local o que perturba a biodiversidade da região.

Um exemplo disso é o efeito que estas infraestruturas têm em predadores do topo como o lobo ibérico e águia-real, tendo em alguns casos, levado estes animais a abandonar zonas de caça ou de criação.

“As aves de rapina porque voam acabam por esbarrar muitas vezes com autênticas barreiras por causa dos aerogeradores e evitam essas zonas”, acrescenta.

Isto é particularmente evidente no Marão que com a construção dos parques eólicos em 2003, viu a águia-real a abandonar este local que normalmente usava para nidificação.

O estudo de impacto na biodiversidade local é importante para desenhar métodos que reduzam o efeito barreira promovido pelos aerogeradores e para criar protocolos que permitam evitar estas situações no futuro.

Saiba mais sobre o investigador em: Researchgate | CITAB

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