Com propriedades antibióticas capazes de combater infeções bacterianas, este gel vai ter ainda a função de regenerar a pele através da produção acelerada de colagénio.
Paula Gomes, investigadora da UCIBIO – Requimte e docente no Departamento de Química e Bioquímica da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), especialista na síntese de péptidos, moléculas biológicas constituídas por uma cadeia de aminoácidos, está focada no desenvolvimento deste projeto que ambiciona criar uma nova arma no tratamento das úlceras do pé diabético.
“Temos agora um novo projeto em que estamos a tentar usar péptidos e outros tipos de moléculas que estamos a combinar com os péptidos, de maneira a criar géis que simultaneamente combatam as bactérias, que sejam antibióticos, e que promovam a regeneração da pele”, conta.
As moléculas usadas no desenvolvimento deste gel têm, segundo Paula Gomes, propriedades capazes de promover a produção acelerada de colagénio (colagene boosting). O colagénio dá suporte ao crescimento da matriz celular da pele, o que faz com que esta cresça e se regenere mais rapidamente, ajudando assim a cicatrizar a ferida em menos tempo.
“A diabetes é um problema cada vez mais presente na nossa sociedade e desde tenra idade. Há cada vez mais crianças entre os 4/5 anos que apresentam diabetes. Isto tem muito a ver com as nossas dietas. Um dos problemas da diabetes, especialmente em pessoas de meia-idade ou de idade mais avançada é o comprometimento a nível vascular o que faz com que comecem a ter problemas, especialmente nas pernas e nos pés, que levam a ulcerações, como a chamada úlcera do pé diabético”, explica.
Estas ulcerações crónicas são muitas vezes infetadas por bactérias que formam biofilmes em torno da ferida. São estes biofilmes que complicam o processo de tratamento e cura das úlceras, devido ao facto do próprio paciente, por ser diabético, não ter um sistema imune, nem um sistema de regeneração da pele ótimo.
Este gel vai permitir ajudar o sistema imunitário a melhorar a sua reação à infeção, ao mesmo tempo que acelera o processo de cicatrização e de tratamento da ferida.
Saiba mais sobre a investigadora em: LinkedIn | Researchgate | FCUP
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