Este novo sistema de diagnóstico permite identificar os agentes patogénicos responsáveis por uma infeção em menos de duas horas e com um elevado nível de precisão. Este sistema pode também reconhecer a presença de mecanismos de resistência a antibióticos, o que ajuda a planear o tratamento de forma mais eficaz.
Acácio Rodrigues, investigador do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) e professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), desenvolveu este produto com o objetivo de reduzir o tempo de diagnóstico para que os pacientes possam iniciar a terapia de forma mais célere e com os fármacos mais adequados para combater a sua infeção.
“Algo que nós nos apercebemos foi que era muito moroso o espaço entre o isolamento do microrganismo e a avaliação do seu perfil de suscetibilidade a fármacos, antibióticos, enfim, àquilo que é preciso para tratar o doente. E foi nesse sentido que começamos a tentar desenvolver métodos de avaliação de suscetibilidade a fármacos, bastante mais rápidos, mais expeditos e capazes de detetar em tempo útil mecanismos de resistência”, explica.
A sua experiência clínica no tratamento de doentes foi um fator determinante no desenvolvimento desta tecnologia. “Isso constituiu a base de um produto que vimos que tinha a possibilidade de ser transferido para o mercado e de ser transformado num kit que viesse substituir o teste convencional de avaliação da suscetibilidade aos antimicrobianos, antibacterianos, antifúngicos”, acrescenta.
Os métodos de diagnóstico convencionais podem demorar entre 24 a 48 horas a obter uma resposta. Isto faz com que muitos pacientes comecem a ser tratados com fármacos de um espectro mais geral que podem não ser os mais adequados para combater o microrganismo que afeta o paciente. Este novo sistema não só reduz o tempo de resposta para duas horas, como também identifica de forma precisa qual o microrganismo responsável pela infeção e quais os mecanismos de defesa que este possui.
“Constituiu-se uma empresa de spin off para fazer a transferência da tecnologia para o mercado, para desenvolver um protótipo em que já foi validado em vários hospitais europeus”, afirma.
Segundo Acácio Rodrigues este protótipo dá a mesma informação sobre a suscetibilidade dos microrganismos a antibióticos e outros fármacos que a melhor solução que existe atualmente no mercado: “Dá exatamente o mesmo nível de informação que eles dão ao fim de 24 a 48 horas, nós damos ao fim de duas horas mas damos muito mais informação”, conclui.
Saiba mais sobre o investigador em: LinkedIn | Orcid | CINTESIS | FMUP
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